domingo, 7 de abril de 2019

CAPÍTULO 1 (primeiras linhas) - As verdades estão lá fora

      De certo modo, a história relatada aqui teve início vários anos antes, quando Ana, Vanessa, Alberto, Felipe, Maicon e eu nos conhecemos. Estudamos no mesmo colégio, na cidade do Rio de Janeiro. Nos últimos dois anos do ensino médio, éramos todos colegas de classe. Colegas e amigos, mas não necessariamente todos eram grandes amigos de todos. Ana e Vanessa tinham suas divergências. Certa animosidade também havia entre Felipe e Alberto. Já Maicon e eu não tínhamos problemas com ninguém, pelo contrário. Pode-se dizer que nós dois éramos a amarração desse grupo.
      Vanessa nasceu em Recife. Com sete anos de idade, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro. Ana é carioca e sempre morou na zona sul. Alberto também é carioca e foi criado na zona norte. Maicon nasceu no município de Duque de Caxias. Com oito anos de idade, também se mudou com a família para a capital fluminense. Felipe nasceu em Niterói, porém cresceu na zona sul carioca. Eu, Cleber, nasci em Campinas. Assim que completei treze anos de idade, meu pai conseguiu um ótimo emprego no Rio de Janeiro e fomos morar no bairro do Catete.
      Após o término do ensino médio, cada um seguiu seu caminho, cada um escolheu uma área distinta para continuar seus estudos. Ana foi estudar química na UFRJ. Um ano depois do início de seu curso de bacharelado, resolveu estudar ciências biológicas na PUC, concomitantemente. Vanessa ingressou em ciência da computação, também na UFRJ. Alberto foi estudar física na USP de São Carlos. Felipe optou por cursar engenharia aeroespacial no ITA. Maicon decidiu estudar engenharia mecânica na UNICAMP. Logo após o ensino médio, trabalhei durante um ano e, em seguida, ingressei no curso de filosofia da UERJ.  
      Esse distanciamento depois de nossa saída do colégio não nos impedia de nos reunirmos eventualmente e esses encontros eram sempre no Rio de Janeiro, onde moravam nossas famílias. Dois desses encontros foram propostos por Carlos, pai de Felipe, e ocorreram em sua casa. Os outros foram realizados em bares da zona sul carioca. Nessas reuniões, conversávamos sobre os mais variados assuntos, os quais, geralmente, resultavam em discussões acaloradas. Em um grupo tão heterogêneo, era quase impossível haver consenso nas opiniões a respeito de qualquer tema. Um dos temas mais polêmicos entre nós sempre fora a ufologia. Em um extremo, estava Alberto, cético com relação à visitação de seres inteligentes ao nosso planeta; no outro extremo, estava Felipe, que defendia com afinco a existência e a visitação de seres mais inteligentes e avançados tecnologicamente do que nós. Às vezes, dava-me a impressão de que Felipe sabia de fatos que desconhecíamos. Ana não aceitava facilmente qualquer coisa, porém não era tão cética quanto Alberto, parecia bem mais flexível. Vanessa era um tanto indiferente, não tinha uma opinião formada sobre isso. Já Maicon e eu líamos bastante sobre o tema e assuntos correlatos. Só não tínhamos a certeza que Felipe parecia ter.

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